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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cotidiano da Internet 3G no Interior de SP

Olá caro colega leitor, estou um pouco sumido das postagens, mas época de provas, trabalhos...Nos últimos dias estou vivendo uma certa indecisão que preciso compartilhar com vocês. Sou morador de uma pacata cidade no interior de SP, cerca de 70 km distante da capital, no entanto estou com um grande problema, problema qual tenho certeza que não sou o único.
Sou usuário speedy há alguns poucos anos, pois o serviço é 'recente' em minha cidade. Como preço, sou refém de uma velocidade vergonhosa, míseros 250 kBps, sempre sem disponibilidade de aumento da velocidade segundo a Telefônica (detalhe, moro há 300 metros da central telefônica da cidade...).

O foco do post porém não é esse. Como todo estudante superior fissurado em tecnologia, sou um 'mochileiro' como tantos outros, gosto de estar conectado a maior parte do tempo possível, não com o intuito de realizar downloads, mas simplesmente com a necessidade de sentir-me conectado ao mundo (maldita globalização). Um msn, um twitter, um orkut, uma notícia hora ou outra é importante para mim (sei que é supérfluo, mas...).
Escrevo agora por meio da conexão wireless da universidade qual estudo. Muita sorte a conexão não ter caído ainda, aliás, já sei o motivo, época de provas, todos estudando, pátio vazio, internet funcionando. Pasmem, não é sempre assim, essa bonança, essa rede descongestionada.
Como uma maneira de contornar essa situação, visando suprir a necessidade demandada por minha característica 'nômade', estive nos ultimos dias levantando informações sobre a internet via conexão de terceira geração via celular, ou simplesmente 3G.

Atualmente poucas cidades paulistas (para não falar brasileiras e a porcentagem ficar mais vergonhosa) detém hje cobertura 3G de alguma operadora. As poucas cidades que as têm são integrantes de grandes centros urbanos, que, por ironia do destino ou for outro fato que nem o mestre miagui explica, tem 'N' formas de conexão, algumas já detendo até Wimax (que abordarei em tópicos futuros), fazendo com que a concorrência seja extremamente acirrada nesses centros.
Do outro lado da balança encontram-se a maioria absoluta dos municípios paulistas, que, quando muito, detém conexão através de Speedy (recém chegado em muitos locais graças à sanções impostas a venda pela Anatel), mesmo assim muitos bairros populosos não são cobertos pelo serviço. Recuso-se a debater aqui (pelo menos nesse post) a cobertura da Star One sobre o território nacional, qual abrange quase que a totalidade territorial, mas com um preço que só doutor paga.

Uma alternativa recente a todos esses planos é a recente tecnologia 3G que utiliza-se da rede celular. Até aí é uma ótima notícia a nós, órfãos de serviços de banda larga. Como necessito de mobilidade, cotei alguns serviços. Não moro tão longe de SP Capital, cerca de 50 minutos de carro, sem abusar da velocidade, chega-se aqui, garanto que menos tempo do que muitos executivos levam dentro de SP para chegar ao trabalho. O fato é que minha cidade (bem como minha região) somente é coberta por serviços de telefonia 2G, Edge.


Com isso, ao consultar os planos da claro, correndo o risco de assinar o serviço e ficar refém por 12 meses, pagando uma tarifa de R$ 89,90, por uma velocidade de teóricos 500 kBps, mas que por não ter cobertura 3G, minha cidade (bem como nas adjacências), raramente terei mais do que 120 kBps reais, em horários descongestionados (sem contar a teoria do 'ilimitado'). Como bom aspirante a engenheiro, fazendo um cálculo rápido, o valor dessa conexão, de modo justo, não poderia ser superior a R$22,00 (considerando a proporção da velocidade real e da velocidade contratada).


Como segunda alternativa (e única), iria optar pela Vivo. Detalhe, ela também não oferece serviço de conexão 3G em minha cidade, solução seria utilização da rede Edge com os mesmos 120 kBps. Não repetirei o cálculo, pois a situação da Vivo é mais feia, pois seu plano Ilimitado, com velocidade teórica maior, custa utópicos R$ 119,00, bem mais do que pago atualmente no meu speedy (que não é nenhuma conexão japonesa, mas quase nunca me deixa na mão e pago proporcionalmente à velocidade recebida).


O fato é que não estou sozinho nesta saga, boa parte do interior paulista, e alguns bairros paulistanos estão 'às escuras' quando o assunto é conexão a internet. Talvez por uma estratégia de mercado, foca-se em grandes centros, onde a concorrência é muito maior, e o resultado disso tudo é que nós, consumidores dispostos a comprar, e comprar muito, ficamos reféns de empresas como estas que, de maneira 'burra', 1 indivíduo conectado à velocidade de 1 mega (teoria vendida pelas telecoms, mas que segundo a tecnologia, suporta bem mais), equivale a cerca de 8 usuários conectados a 120 kBps. Agora vamos as contas:

1 usuário de conexão 1 mega da claro, paga na faixa de R$ 99,00, considerando custo de manutenção nulo, a Claro lucraria R$99,00 com esse cliente. Agora não precisa ser engenheiro para calcular que caso esse 1 mega de conexão fosse divido em 8 pacotes (isso com a conta sendo aproximada para baixo), a mesma Claro lucraria cerca de R$200,00 com o mesmo dispêndio de recursos e manutenção, e com certeza, fazendo seus clientes mais felizes, visto que é mais fácil, por uma margem de segurança, manter serviços de 128 kBps, menos suscetíveis a variações na rede, do que conexões de 1 mega. Esse exemplo não serve somente para a Claro, mas também para as outras telecoms.

Eu, como mero estudante de engenharia, pós graduado em recursos humanos e graduado em gestão de TI, resumindo, como bom gestor, consigo enxergar que grandes oportunidades de negócio não estão nos grandes centros, mas sim na distância deles, onde a concorrência é menor, portanto com chances de sucesso maior, bastando para isso apenas uma dose de bom senso de muitos setores da economia, não restringindo-se apenas ao ramo de telecomunicações.

O consumidor é outro que é detentor de grande poder de barganha, pois, caso não houvesse adesão aos planos de terceira (segunda, e primeira) geração, com certeza, as telecons investiriam muito mais a fim de criar diferenciais que atraíssem o consumidor, valendo ressaltar que, em alguns casos, como no meu por exemplo (referindo-me ao Speedy), sou 'obrigado' a utilizar-me dele, por ser o único meio de conexão relativamente ágil, restando a mim, bem como a um grande percentual da população, amargar serviços apenas 'medianos', para não ficar fora da globalização.

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